quarta-feira, 26 de setembro de 2018

AULA DE GEOGRAFIA DE RONDÔNIA


       


             
Relevo de Rondônia
Quando falamos em relevo, pensamos em montanhas, serras, planaltos,

O município de Vilhena situa-se na Chapada dos Parecis, região Norte do Brasil, sudeste do estado de Rondônia . 


        Observando o mapa, percebemos que nosso estado apresenta baixas altitudes, isto é, alturas acima do nível do mar.
         Quase dois terços do estado se situam entre 90 e 300 m de altitude.
         Porto Velho, a margem direita do Rio Madeira, por exemplo, encontra-se na altitude de 85 m.
        Costuma-se dividir o relevo de Rondônia em quatro porções distintas:
·                     Planície Amazônica
·                     Encosta ou Vertente Setentrional do Planalto Brasileiro
·                     Chapada dos Parecis - Pacaás Novos
·                     Vale do Guaporé - Mamoré.
Planície Amazônica
      A planície do estado de Rondônia é o prolongamento da vasta Planície amazônica.
      Estende-se desde os limites com o estado do Amazonas até atingir, no sentido sudoeste, a Chapada dos Parecis-Pacaás Novos e a Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro.
      Sua altitude média oscila entre 90 a 200  acima do nível do mar.
      A planície é composta de solos sedimentares, areno-argilosos, sendo de depósitos recentes nas várzeas (áreas mais baixas).
      No médio curso do Rio Madeira e nos baixos cursos de seus afluentes (margem direita), extensas áreas de planície estão sujeitas a inundações
Cachoeira de Teotônio no Rio Madeira
       Os barrancos dos rios, de 5 a 10 m de altura, de solo argilo-ferruginoso, sofrem infiltrações das águas e desbarrancamentos.. Esse fenômeno recebe o nome de terras caídas que o rio vai desmanchando e transportando.
      Nos terrenos antigos (Pré-Cambrianos), o curso médio dos rios encontra, a certa profundidade, o substrato rochosodando origem às corredeiras e cachoeiras.
      Caracteriza-se como extensão final, no sentido sul norte, do Planalto Brasileiro.
      A superfície dessa faixa de terrenos muito antigos (Arqueano) sofreu aplainamento devido as sucessivas fases de erosão, apresentando patamares que variam de 100 a 600 metros de altitude. Os acidentes mais comuns são colinas,pontões, matações, morros isolados, etc.
ENCOSTA SETENTRIONAL DO PLANALTO BRASILEIRO


Vista parcial da Chapada dos Pacaás Novos
         Este acidente do relevo é uma área de terreno arqueano (período pré-cambiano), constituído por restos de uma superfície de aplainamento rebaixada pelas  sucessivas fases erosivas, subdivindo-se em patamares de altitudes que variam de 100 a mais de 500 metros acima do nível do mar, formando cristas residuais esparsas, colinas de topos plainados, colinas com inselbergs, pontões, morros isolados e esporões de cristas agudas. Afloramentos de granotos, lateritos e matações de tamanhos variados.
         As suas superfícies plainadas são revestidas por rochas sedimentares (pleistocenas) e depósitos de sedimentos resultantes da erosão ocasionada por violentas enxurradas ocorridas em períodos remotos, em decorrência do clima mais seco e pela falta de cobertura florestal.
         Esta porção do relevo responsável pela origem das várias corredeiras, lajeados e cachoeiras dos rios Madeira, Abunã, Jaci-Paraná e de outros rios.Do baixo rio Madeira, a partir da cachoeira de Santo Antônio na direção norte submerge sob os terrenos sedimentares da planície Amazônica, aflorando no médio curso do rio Jí-Paraná, originando corredeiras e cachoeiras como as de Dois de Novembro, São Vicente, Quatro de Março, São Francisco, Tabajara e do Quatá.
      Estende-se na direção sul até atingir as encostas das chapadas dos Parecis e Pacaás Novos.
      Na linha de limites entre o Estado de Rondônia e o Estado de Mato Grosso, forma as serras São João, Machado e das Onças (ou Grande), divisoras de águas entre as bacias dos rios Ji-Paraná e Roosevelt. Afloramentos seus surgem na margem esquerda do rio Madeira e Noroeste e Oeste, formando a serra Três Irmãos na faixa de fronteira Rondônia com o Estado do Amazonas.
      Essa serra é divisora de águas entre as baixas dos rios Ituxi e Abunã e Madeira.
         A Encosta Setentrional é limitada ao Norte pela Planície Amazônica; a Noroeste e Nordeste pela linha de fronteira entre o Estado do Amazonas e o Estado de Rondônia; ao Leste, Sudeste e Sul pelas chapadas dos Parecis e Pacaás Novos e ao Oeste a linha de fronteira entre Rondônia e o Estado do Acre e entre Rondônia e a República da Bolívia.
Chapada dos Parecis - Pacaás Novos
      Como prolongamento do Planalto Brasileiro em nosso estado no sentido sudeste-noroeste, as Chapadas dos Parecis e dos Pacaás Novos representam as maiores altitudes de nosso estado, que variam de 600 a 900 metros.
         Há pontos culminantes com mais de 1.000 metros. Assim, temos o Pico do Tracuá ou Pico Jaru com 1.126 metros na Chapada dos Pacaás Novos.


Pico do Tracuá - 1.126 m
      Os terrenos são sedimentares de arenito vermelho e amarelo com cimento feldspático e silício, predominando as pederneiras (pedras muito duras).
      As Chapadas recebem nomes locais de serras, que são divisores de águas. Como por exemplo:
·                     Serras de São Francisco (divisora de águas entre os rios Candeias e Jamari); 
·                     Serras Novas, das Queimadas, do Repouso, da Pedra Branca e Uacampânico (divisoras de águas entre os rios Jarú e Machadinho e entre o Jamari e Machadinho);
·                     Serras da Vitória, Sete de Setembro, Mirante e Trincheira (divisoras de águas entre os rios Ricardo Franco e Pimenta Bueno), estas citadas serras, situam-se na região central do Estado. 
·                     Serras Gabriel Antunes e João Antunes (divisoras de águas entre os rios Corumbiara e Cabixi), localizam-se na região sul do Estado; 
·                     Serras da Divisa e Pagã (divisoras de águas entre os rios Ji-Paraná e o Preto); 
·                     Serras Aurora, Providência e Sargento Paixão (divisoras de águas entre os rios Roosevelt e Ji-Paraná), localizam-se na região central até a Oeste no vale do rio Mamoré, próxima a cidade de Guajará-Mirim, (divisora de águas entre os rios Pacaás Novos e Mutum Paraná).    


Observação:
A Chapada dos Parecis rondoniana é o prolongamento noroeste da chapada de mesmo nome no estado do Mato Grosso. Observe a em um mapa físico do Brasil.

Vale dos Rios Guaporé e Mamoré
É uma vasta planície tabular formada de sedimentos recentes.
Com altitudes que variam de 100 a 300 metros acima do nível do mar, apresenta terrenos alagadiços e platôs mais elevados.
No estado de Rondônia, estende-se do sopé das chapadas dos Pacaás novos e dos Parecis a leste até a margem direita dos rios Mamoré e Guaporé. Em sentido sul-sudeste, avança desde o norte até a divisa com Mato Grosso, no qual se prolonga.
As áreas mais baixas sofrem inundações de dezenas de quilômetros na época das enchentes, formando lagos temporários, de difícil escoamento.


Vegetação de Rondônia.

1. FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA

É o tipo de floresta dominante no estado, abrangendo cerca de 55% da área total da vegetação. Esta tipologia caracteriza-se pela descontinuidade do dossel, com ausência de área foliar entre 30 e 40%, permitindo que a luz solar alcance o sub-bosque favorecendo a sua regeneração. Os troncos apresentam-se mais espaçados no estrato mais alto, que atinge cerca de 30 m de altura enquanto o sub-bosque encontrasse estratificado.

2. FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL OU SUBCADUCIFÓLIA

Este tipo de vegetação se desenvolve em solos hidromórficos com baixa capacidade de retenção de água. Ocupam cerca de 2% do total da cobertura vegetal do estado.

3. FLORESTA DE TRANSIÇÃO OU CONTATO

Ocupam cerca de 8% do estado. Trata-se de área de transição entre o cerrado e a floresta, apresentando características destas duas formações, com o estrato mais alto com cerca de 20 metros de altura.

4. CERRADO

Ocupam cerca de 5% da cobertura florestal do estado. São formações vegetais com feições xeromórficas principalmente devido às características do solo.


. FORMAÇÃO PIONEIRA

Ocupam cerca de 4% do estado. Ocorre em terrenos sujeitos a inundações, apresentando diversas fisionomias. Pode apresentar vegetação florestal, ou não. O tamanho das árvores é determinado pela altitude e pelo grau de inundação. Algumas destas áreas encontram-se dominadas por palmeiras conhecidas como buritis.

6. CAMPINARANA

O termo campinarana significa “falso campo”. São formações não florestais que ocorrem em manchas pequenas e bem dispersas por toda a Amazônia. É a vegetação menos representativa do estado. Cresce em solos muito pobres de areia branca (Podzol, hidromórfico e Areia Quartizosas). A maioria das espécies são endêmicas mas é possível encontrar algumas que ocorrem também em cerrado ou outras áreas não florestais.