16 DE
SETEMBRO
DIA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO A CAMADA DE OZÔNIO
O Brasil
alcançou as principais metas estabelecidas para o controle do buraco da camada
de ozônio, que é o escudo protetor da Terra contra os raios ultravioleta. A
ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, declarou como excepcional a
atuação do País na redução do consumo de clorofluorcarbonos (CFCs). Presentes
em equipamentos de refrigeração, aerosois, entre outros produtos, os CFCs são
as principais substâncias que afetam a concentração de gás ozônio na estratosfera.
“Esse é um resultado do esforço de todos os agentes envolvidos”, afirmou.
As declarações foram dadas ontem
(14 de setembro), durante as comemorações do Dia Internacional de Proteção da
Camada de Ozônio e dos 25 anos do Protocolo de Montreal, acordo internacional
com o objetivo de eliminar as substâncias destruidoras do ozônio. Para celebrar
a data, o Ministério do meio Ambiente (MMA) realizou, em parceria com o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o seminário
“Protegendo nossa atmosfera para as gerações futuras”.
Resultados
Entre os resultados obtidos com a
implantação do Protocolo de Montreal no âmbito brasileiro, está a eliminação de
10.525 toneladas de substâncias com Potencial de Destruição do Ozônio (PDO),
equivalente ao consumo de CFC constatado entre 1995 e 1997. Foi implantado,
ainda, um sistema de recolhimento, reciclagem e regeneração de substâncias
nocivas em todo o País. Além disso, 24,6 mil técnicos receberam capacitação em
boas práticas de refrigeração.
Comerciantes de Brasília
receberam, durante o evento, certificado de participação no programa de
substituição de refrigeradores antigos do MMA. O projeto também aparece como uma das
iniciativas do governo federal voltadas para a proteção da Camada de Ozônio. Ao
todo, 100 estabelecimentos foram analisados e quatro receberam novos freezers e
geladeiras, como forma de incentivar a consciência ambiental e troca dos
equipamentos antigos que ainda contêm CFC.
Expansão
A ministra Izabella Teixeira
ressaltou, ainda, a posição avançada do Brasil e defendeu a exportação das boas
práticas desenvolvidas no País. “Os resultados são extremamente estruturantes.
Chegou o momento de o Brasil oferecer conhecimento para outros países. Já
fazemos isso em áreas como a de florestas e devemos começar a fazer o mesmo no
setor de desenvolvimento industrial”, explicou.
O representante-residente do PNUD no Brasil,
Jorge Chediek, afirmou que o Protocolo de Montreal é um modelo de articulação
internacional e elogiou o desempenho brasileiro no acordo. “O protocolo
estabelece o princípio da responsabilidade compartilhada”, disse. “Dentro
disso, o Brasil tem se tornado modelo tanto nas questões institucionais quanto
na realização das metas e objetivos”.
Menor
O buraco na camada de ozônio deve
ficar menor este ano sobre a Antártica do que no ano passado, declarou a
Organização das Nações Unidas (ONU) ontem. Para os pesquisadores, isso mostra
como a proibição a substâncias prejudiciais interrompeu a destruição dessa
camada. O buraco, entretanto, provavelmente está maior do que em 2010 e uma
recuperação completa ainda está longe de ocorrer.
A assinatura do Protocolo de Montreal, há 25 anos, deu início à retirada
aos poucos dos clorofluorocarbonos (CFCs) do mercado. Estudos comprovaram que
essas substâncias químicas destroem a camada de ozônio.
A iniciativa ajudou a evitar
milhões de casos de câncer de pele e de cataratas, assim como os efeitos
nocivos sobre o ambiente, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM),
agência climática da ONU. “As condições de temperatura e a extensão das nuvens
estratosféricas polares até agora este ano indicam que o grau de perda de
ozônio será menor do que em 2011, mas provavelmente algo maior do que em 2010″,
disse em um comunicado a OMM.
O buraco da camada de ozônio na
Antártica, que atualmente mede 19 milhões de quilômetros quadrados,
provavelmente estará menor este ano do que no ano recorde de 2006, informou a
organização. A ocorrência anual em geral atinge sua área de superfície máxima
durante o fim de setembro e sua profundidade máxima no começo de outubro. Mesmo
depois da proibição, os CFCs, que já foram usados em geladeiras e latinhas de
spray, duram bastante na atmosfera e levará várias décadas para que as
concentrações voltem aos níveis pré-1980, informou a OMM.
Fonte: MMA e Agência
Reuters
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